quarta-feira, 22 de junho de 2016

O presente e o futuro da economia angolana

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O presente e o futuro da economia angolana
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Pode uma economia especializar-se num sector e daí tirar partido para fazer crescer a economia? Qual o impacto que uma crise no sector âncora poderá ter na economia nacional? Pode uma economia mitigar o risco da dependência de um sector? Quais as soluções propostas para Angola?

Problemática


A economia da República de Angola tem sustentado o seu crescimento principalmente através das receitas provenientes da Indústria Extractiva, dos quais se destacam a exploração do petróleo bruto e gás. O peso deste sector em termos do PIB representou em 2008 cerca de 60%. O sector seguinte, com mais peso, é o sector das Actividades Mercantis, com um peso de 15%. No entanto, em termos de receitas fiscais, este peso é bastante superior. O quadro seguinte apresenta o peso programado e projectado das receitas de 2008. Na realidade, verifica-se que o peso projectado em 2008 é muito superior, representando 83% das receitas.

Uma economia mais dependente de um sector sofre um impacto sempre maior, sempre que há uma variação do preço das principais fontes de rendimento. Quando a variação é positiva, a economia enriquece, mas quando a variação é negativa, o impacto pode prejudicar a execução de projectos planeados ao nível do orçamento de estado.

Actualmente, a economia angolana está a sofrer com a descida do preço do petróleo, que se deve a uma redução mundial da procura de petróleo, resultante de um abrandamento da economia mundial que começou com a série de defaults associados ao mercado hipotecário norte-americano acima da 3ª linha de crédito. A redução, que após um período de especulação sobre o preço dos futuros sobre o petróleo ter atingido máximos históricos, está actualmente em preços que representam 50% do valor de 2008. I

Isto tem implicações imediatamente ao nível do orçamento de estado que para as despesas previstas terá ou de angariar novas fontes de receita ou terá de reduzir as despesas. Caso contrário, terá de recorrer à dívida pública. A par desta consequência sobre o saneamento das contas públicas está o impacto no PIB da economia, que termos reais pode provocar uma quebra em termos reais.


Soluções adoptadas pelo Governo 

Como solução, a economia angolana tem procurado e bem, especializar-se noutros sectores da economia, bem como, melhorar o controlo das receitas do estado. Dos sectores destacam-se o sector primário, a indústria transformadora e a construção de obras públicas.

Ao nível do sector agrícola foi aprovada uma linha de crédito agrícola de 350 milhões de dólares destinada ao financiamento de pequenos e médios produtores. Entretanto, o projecto de exploração de 4 hectares de cana de açúcar, BIOCOM, deverá ser implementado. A par deste projecto está também o desenvolvimento de 25 mil hectares de projectos agrícolas acordados com a empresa Lonhro Agriculture. A linha de crédito permite que as empresas tenham uma alavancagem financeira essencial ao crescimento, sem comprometer as contas públicas e ao mesmo tempo podendo gerar receitas através dos impostos sobre o rendimento e sobre o consumo. No entanto, fica a ressalva que todos os projectos deverão ter viabilidade económica e financeira.

Ao nível industrial está a Unicer com o engarrafamento de água mineral. O Índice Doing Business, elaborado pelo Banco Mundial posicionou Angola no 168º lugar. Este índice é fundamental de modo a poder atrair investimento directo externo. A abertura do Guichet Único de Empresas tem também permitido melhorar os procedimentos administrativos. Está também em estudo a concessão de subsídios a empresas que tentem satisfazer a procura interna, de modo a substituir as importações.

Ao nível da construção estão as obras públicas de saneamento de Angola e melhoria das infra-estruturas nacionais. Em Luanda, está prevista a criação de parques de estacionamento pagos. Projectos como estes necessitam sempre de um investimento inicial, mas as receitas futuras poderão amortizar as despesas. 

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